Acusados de mandar matar advogado Augusto Diniz são condenados
Foi realizada nesta terça-feira (7), a sessão do Tribunal do Júri dos acusados de serem os mandantes do homicídio do advogado Augusto Rocha Barreto Diniz de Abreu. O crime aconteceu no dia 1° de abril de 2021, na rua Princesa Isabel, no bairro Santo Antônio, em Caratinga, quando Augusto foi morto a tiros. De acordo com as investigações da Polícia Civil, teve motivações em razão da atividade advocatícia.
Pela manhã, familiares da vítima já estavam concentrados na porta do Fórum. Com cartazes, eles pediam Justiça e pela condenação dos réus.
Sentaram no banco dos réus os acusados Francislaine da Silva Souza, a “Fran”, e Kaique Marley Coelho, vulgo “2k”, acusados de mandar matar Augusto. Foi apurado na investigação que Fran e Kaique mantinham um relacionamento amoroso. A acusada, antes de se relacionar com Kaique, relacionava-se com um outro indivíduo para quem a vítima Augusto passou a prestar serviços advocatícios.
Ainda segundo a apuração, Kaique e o cliente de Augusto possuíam atritos entre si por razões relacionadas a Fran e tais desavenças se intensificaram com o recolhimento deles no presídio local. O alinhamento entre este homem e o advogado Augusto, que também já havia prestado assistência jurídica a Fran e Kaique “causou profundo descontentamento” no casal, conforme a sentença de pronúncia.
O advogado Max Capella, que participou como assistente de acusação no processo e representante da Procuradoria Estadual de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia e da OAB/MG, falou sobre a motivação do crime. “Foi uma investigação muito complexa e muito completa, pelo brilhante trabalho feito pela Polícia Civil de Caratinga, que concluiu o Dr. Augusto foi assassinado em virtude da sua atividade de advogado. Ele, enquanto prestava um serviço para o cliente, uma parte desses clientes não se sentiu satisfeita e como forma de retaliação àquela prestação jurisdicional que o Dr. Augusto fazia, resolveram ‘dar cabo’ da vida dele e determinaram a sentença de morte para ele”, explicou.
Ao final do Júri, Fran e Kaique foram condenados, sendo Fran a 13 anos e 6 meses pelo crime de homicídio e um ano e dois meses por supressão de documentos, totalizando 14 anos e 8 meses. Já Kaique foi absolvido por supressão de documentos e condenado a 22 anos pelo homicídio triplamente qualificado. Os réus podem recorrer da sentença.
Informações: Diário de Caratinga