Primeira advogada mineira é homenageada com estátua em Barão de Cocais
A precursora entre as mulheres na advocacia de Minas, Elvira Komel, foi homenageada com uma estátua no centro da sua cidade natal, Barão de Cocais, no dia 25 de julho, 90 anos após sua morte. A advogada foi personalidade símbolo da conquista do direito ao sufrágio feminino, sendo a primeira a votar no estado.
A cerimônia de inauguração da estátua foi conduzida pelo prefeito de Barão de Cocais, Décio Geraldo dos Santos (PSB) e reuniu familiares de Elvira Komel, além de representantes da advocacia. A presidente da OAB Barão de Cocais, Aline Félix, leu um manifesto de Elvira Komel escrito durante a revolução de 1930 e destacou a atuação da advogada na garantia de direitos para as mulheres.
“Elvira é um expoente na luta pelo direito das mulheres no nosso país, inaugurar sua estátua na nossa cidade natal é preservar a memória e a história de uma mulher a frente do seu tempo, é celebrar a representatividade feminina e o quão importante e atual são as nossas lutas pelo direito de existir e não termos nossa integridade ameaçada. Enquanto representante local da OAB, sinto-me agraciada por ter tido oportunidade de participar desse momento histórico. Por mais Elviras, e que nós mulheres nunca nos resignemos diante das dificuldades, para nós a luta é diária”, disse Aline Félix.
Elvira Komel
Nascida em Barão de Cocais em 1906, Elvira Komel cursou ciências jurídicas e sociais na Universidade do Rio de Janeiro; foi líder do movimento feminista em Minas Gerais, na década de 1920 e no início dos anos 30; e se destacou como militante do movimento feminista no Brasil, sendo uma das expoentes da intelectualidade mineira de sua época. Em 1929, foi a primeira eleitora a exercer o direito do voto em Minas Gerais.
Já em 1930, tornou-se a primeira advogada a atuar em Minas Gerais, no Fórum da Comarca de Belo Horizonte. Elvira foi a presidente do I Congresso Feminino Mineiro, realizado em 1931, em Belo Horizonte, com a participação de representantes de municípios mineiros, do Espírito Santo, Goiás, Paraíba e Rio Grande do Sul. O encontro discutiu questões de interesse feminino, inclusive a equiparação dos direitos da mulher ao do homem na legislação nacional.
Em meados de 1932, Elvira foi para Juiz de Fora, onde proferiu diversas palestras sobre a Revolução de 30 e seu caráter político, preparando-se para a sua candidatura ao senado estadual (deputada estadual). Faleceu em 25 de julho de 1932, com apenas 26 anos de idade, e está sepultada no Cemitério do Bonfim, em BH.
Com informações da Fundação Biblioteca Nacional e do Instituto Moreira Salles